Os pecados se anulam por completo, as lembranças boas permanecem e é tão intenso e idealizado que quase sobrepõe o dos vivos. Aquele eclipse que todos desejam ver no céu cobrindo a luz de uma forma tão mórbida e bela. Aquele amor doloroso de uma forma egoísta e positiva, aquela dor que poeticamente não quer e nem se permite curar. Por mais odiável e por mais pecados cometidos, a pessoa que agora está a sete palmos do chão se torna na mente, palavra e coração, a sete mil palmos da terra. As lembranças são como aquelas artes sacras pintadas na abóboda da igreja. A tortura emocional que todos querem. A Vitimização que todos querem. O morto se torna uma ferramenta egoísta de afeição e ao mesmo tempo uma maravilhosa reflexão. As vezes eu queria morrer só por um tempinho. Para mobilizar tanto amor, mesmo que falso. Para ser perdoada, pelos míseros e pequenos atos.
segunda-feira, 4 de dezembro de 2017
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