A vida nunca é constante.
Ideias são moldáveis por palavras e acontecimentos sórdidos são inevitáveis assim como a euforia da alegria. Mas diante disso vemos essa realidade por nosso prisma, e como ela não tem um significado, nós as significamos.
Akechi Goro havia colocado toda a significância de sua vida em um ideia tão imutável para si e tão cravada em pedra que ver agora aquela pedra quebrada no chão, a pedra da lápide vazia que cavou com esmero para caber o corpo de seu próprio pai, em pedaços, o deixava igual. Devia ser a mesma sensação que Yusuke sentiria se jogassem água sanitária sobre sua arte digna de estar em um museu.
Sabia que seu próprio senso de justiça podia ser uma ameaça ao mundo e aos outros, mas isso era risível. Estava…liberto. Das correntes que criou para si mesmo, enquanto experienciava a morte, Akira e seus amigos roubaram o tesouro de Shido, o fazendo fora do universo cognitivo admitir seus vários crimes e pecados, crime e castigo. Mas na realidade hipócrita em que viviam, o castigo aos que tem dinheiro não é nada perto de toda tortura emocional como a que Dostoiévski retratou. Um lixo humano que merecia uma medalha, uma medalha em meio a testa. Vermelha e escorrendo a massa cinzenta como sempre sonhou. Sentindo um baque pelo repentino pensamento que o remeteu a imagem de quando havia feito isso em seu rival… dentro de seu cerne sádico aquilo foi extremamente satisfatório, mas seu coração ficava crú e em carne viva em suas mãos. Nunca admitiria que foram aqueles olhos cinzentos de cílios longos que conseguiram ver sua dor e não queria que tais olhos deixassem de despir sua alma.
Estava ali. Vivo. Engolindo seco e voltando a andar depois de se perder em pensamentos, o que ultimamente era bem usual agora que estava a viver sem ordens. A vida antes regrada agora tinha escolhas próprias e se sentia perdido, com raiva de não ter cumprido sua missão de vida, e ansiedade escondida o com orgulho para passar mais tempo ao lado de Akira, seja em conversas filosóficas, a apreciar um bom café ou jogar xadrez e provocações. Era apenas com Joker que sentia a companhia ser digna e aproveitada completamente. Sabia que em algum momento Shido voltaria a tentar o usar como seu marionete. Mas nesses momentos lembrava das verdades que foram mais fortes do que qualquer dor que já sentiu. “Crow, Seu pai sabia que você era filho dele. Você querendo matar ele era só ter matado desde o início, você não precisa de aprovação dele ou tentar ser útil.” Havia respondido isso com um soco e lágrimas nos olhos, mas em retorno, recebeu um carinho doce em seu rosto de compreensão que jamais iria se esquecer.
Em seu caminho para o Leblanc, recebeu uma mensagem de Takamaki. Uma das únicas dos phantom thieves que conseguia manter uma conversa e que lidava com sua língua afiada que escapava as vezes. < Vamos sair para comer crepe amanhã À tarde ? Você tá indo ver o Akira né? Chama ele e o monamona também! > de alguma forma estava sentindo uma sensação estranha. Um mal pressentimento. Nunca foi uma pessoa intuitiva e acha isso na verdade um grande charlatanismo, indo sempre ao lado mais lógico. Olhando um pouco para o céu e franzindo a sobrancelha decidiu tirar o peso da dúvida. < Vamos. 15hrs sim? Amanhã espero que o dia esteja melhor. > não demorou para receber uma mensagem da loira respondendo < o dia parece errado hoje né? Vira tua boca Akechi que até senti arrepio ruim!> <oh, acho que entendo que tipo de arrepio ruim seria esse, sinto quando Sakamoto manda imagens amaldiçoadas na madrugada. Sakura chama de cursed.> <boomer detective aprendendo cada vez mais! Ansiosa para um dia ver você escrevendo com kaomoji, Akira já me mandou uma seleção de fotos de gato e disse qual seria melhor para mandar para você!> piscou algumas vezes com a boca entreaberta, Akira perguntava para Ann qual seria a melhor coisa para mandar para ele? Isso parecia… bem. Ann parecia cutucar algumas dicas de que o líder realmente se importava com o corvo, mais do que ele imaginava. Mas era cego às tais dicas. Que acéfalo iria ter algo romântico com quem o traiu e tentou o matar? Suspirou com decepção e não respondeu mais a loira, ainda mais com a leve irritação de ter sido chamado de boomer, mandando só uma mensagem para Kurusu avisando que estava chegando.
Cada vez que se viam aquele sentimento florescia e já estava em um nível difícil de se arrancar pela raiz, ainda mais porque já havia tentado e tudo voltou ao que era antes. Ansiava para sentir aquele cheiro de café forte que chegava a ficar impregnado em Akira, andando um pouco mais rápido quando avistou o tão confortável café. Abrindo a porta como se fosse de casa, aliás, queria considerar ali sua segunda casa, o sino da porta anunciando sua chegada, mas o cenário estava discrepante ao de sempre, trazendo aquela sensação de estranhamento como se estivesse no Leblanc cognitivo. Ouviu alguns sons de impacto como se estivessem a tentar abrir uma gaveta com força, e ali atrás do balcão, um homem alto de ombros largos vestindo preto, de costas e virando o rosto ao som do sino, em suas mãos uma longa corda áspera e viu ali a origem dos sons de batida, o tal homem estava a enforcar Joker, puxando a corda para cima e chutando as pernas esguias do que estava com mãos trêmulas a segurar a corda em seu pescoço enquanto relutava por ar com o rosto e olhos avermelhados pela pressão. O som de batidas eram de Akira tentando ficar em pé ou se apoiar no balcão, com sons altos da respiração cortada e tentativas de grito, tentava bater no maior com o cotovelo mas era inútil. O desespero se alastrava como aquarela em água, o impacto abrupto e repentino que não imagina passar logo naquele dia.
Aquela corda. Aquele nó. O primeiro passo para sua vida afundar. Os olhos cinéreos do moreno estavam marejado e avermelhados, ao contrário dos que já tinha visto antes naquela situação, tinham vida e brilho. Mas a corda no pescoço desencadeou no detetive príncipe lembranças e nervosismo que pela primeira vez em sua vida o fez travar completamente. Sentia o coração martelar no peito como se fosse sair, tencionando todos os músculos do seu corpo a ponto de ficar estagnado e rígido como uma estátua, os olhos avermelhados estavam em breu de tamanha pupila dilatada. Provavelmente era algum enviado de Shido, como sempre tentando tirar de Goro todo pingo de esperança e humanidade que ele poderia ter.
A corda. O corpo como um pêndulo. Lembrava perfeitamente de como suas pequeninas mãos de criança ficaram em carne viva tentando soltar tirar o nó enquanto ficava na ponta de seus pés gritando em soluços, mamãe mamãe, como se tentasse implorar para a morte não a levar. Porque? Era um filho ruim para ela não aguentar mais e não ser uma motivação para viver? Empurrava o corpo velado para cair, balançava as pernas daquela que o carregou em seu ventre e deu carinho por nove anos. Agora era como se aquela palha trançada voltasse de suas lembranças mórbidas para tirar seu único ponto de conforto, mesmo que negasse de toda maneira possível, seu rival era o único no qual o fazia sentir alguma alegria e sentimentos que nunca imaginou sentir novamente. O desespero e tristeza se misturava com sua raiva e sadismo. Precisava matar. Queria matar aquele homem. Com suas próprias mãos e não com um revólver, queria ver a vida esvaído daquele corpo. Uma enorme hipocrisia, o que antes fez um furo no crânio de Akira e sorriu satisfeito e risonho com seu feito, agora estava em desespero para o salvar de alguma maneira. Toda essa tempestade de pensamentos e memórias ocuparam alguns minutos, enquanto o moreno emitia sons sufocados na tentativa de gritar para Akechi algo para ele sair de tal transe que se encontrava.
O peito subia e descia tão rápido quanto um bater de asas, sentia o coração desregulado e a garganta apertar seca, até que resolveu olhar o ambiente que estava turvo para buscar uma saída para sua trava de pânico. Ali estava. Ao seu lado na entrada, na mesa mais próxima, havia uma garrafa de vinho não inteiramente cheia, provavelmente deixada por Sojiro antes sair de seu café. Era isso. Soltou todo o ar de seu pulmão e prendeu, desencadeando um tremor e finalmente movimento, habilmente dando um passo longo para o lado e com a mão trêmula, segurou o vidro e mordeu seu próprio lábio, impulsionando para baixo e estourando ele em seu próprio joelho, molhando sua calça com o cheiro etílico e férreo. O arder do álcool no corte fundo que havia feito apenas o fez despertar como uma injeção de adrenalina em sua veia e o fez entrar em um estado como quando Loki o sedia seu poder, como se a máscara negra se materializasse em seu rosto mesmo sem estar fisicamente ali, dando um sorriso e pulando sobre o balcão. Obviamente o homem soltou Kurusu naquele exato momento para empurrar Akechi para o chão e o imobilizar, mas não imaginava que o tão perfeito detetive bonitinho que aparecia na televisão seria insano daquela maneira. Akechi afundou a garrafa quebrada no braço do homem que soltou um grunhido, não deixando espaço para ele revidar, o deu um soco na têmpora e no nariz, o fazendo cair para trás e dando oportunidade para o chutar em meio as pernas, dando um grito que fez o maior perder o ar, mas ainda não satisfeito, queria degustar mais daquele sofrimento que o fazia sentir poderoso, pisando com força novamente entre as pernas afundando o seu sapato ali naquela região tão sensível, não resistindo a soltar uma leve risada enquanto ouvia a tosse do moreno ao chão perto deles que estava a pegar seu óculos.
— Você não merece nem o ar que respira, então vamos fazer você perder todo ar se você… — A luva preta novamente encontrou o rosto angular do possível mercenario ou o que é que seja, o fazendo ficar agora com um dos olhos fechados pelo soco recebido — Se você não contar para mim quem que te contratou.
Claro que já havia ligado os pontos, na verdade sabia quem havia o enviado por simples linha lógica, mas dependendo da resposta dada, poderia descobrir mais sobre os próximos passos do político de merda. “M-Meu chefe só queria você! Mas chegou antes de eu desmaiar o refém.” Com isso, sabia que o homem não era da polícia e não estava ali sabendo que estava a sufocar o líder dos phantom thieves. Provavelmente a polícia não queria se envolver com Masayoshi Shido até que a poeira de sua prisão abaixasse, era realmente o que imaginou, um criminoso mercenario ou algo do tipo. Assim que ia falar mais ameaças, Akira levantou como se não estivesse sendo torturado a um minuto atrás, passando a mão em seu próprio pescoço por baixo da gola alta e estendendo o celular para o que estava surrado no chão com um sorriso convencido em seus lábios finos. Suspirando com a voz mais rouca que o normal
— A polícia está vindo senhor… Fuminori. Acho que é melhor você correr se não quiser ser preso novamente.
No celular de Akira estava uma tela com a foto do que estava diante dos dois e várias informações, com o logo da polícia logo embaixo. O criminoso se sentia humilhado por meros meninos, levantando ainda com seu orgulho no chão saindo do café segurando o braço que estava sangrando.
Os dois respiravam fortemente pelo que passaram assim que viram a porta fechar. Olhando um para o outro como se estivessem a trocar palavras silenciosas por pensamentos simplesmente de olhar o outro. Mas não demorou para novamente levarem um susto com uma pedra a ser batida no vidro da entrada o estourando. Akechi simplesmente sabia que ele não voltaria a entrar, respondendo a raiva do tal homem erguendo o dedo do meio enquanto o cortava com o olhar frio de cor quente.
Sem abaixar a guarda dessa vez apenas negou com a cabeça dando um passo a mais, não deixando de aproveitar para ver aquele rosto vivo a sua frente, inabalado com o que havia acontecido como se estivesse sob poder da situação. Tão presunçoso, irônico, odiável, extremamente bonito. Com o sorriso que via normalmente de baixo da máscara e que tinha vontade de fazer aquela curva dos lábios sumir, com um beijo de preferência. No que estava a pensar? Mesmo acostumado a ofuscar e esconder suas reais intenções, foi inevitável não sentir o rosto ficar com tom e temperatura quente.
—Você realmente chamou a polícia não é Kurusu? Porque sabe que quem vira vai ser Niijima?
Ele piscou algumas vezes e sorriu novamente, engolindo saliva e tossindo com a boca fechada para tentar fazer sua garganta normalizar depois da pressão ali sentida, era como se um brilho nos vidros dos seus óculos sem grau até surgisse, conhecia black mask, detetive príncipe e estava a derrubar mais e mais muros de Akechi Goro
— Na verdade não, eu menti. Ficaria com ciúme caso a Makoto viesse cuidar de mim? Se preocupou tanto assim comigo, Kechi?
Aquele apelido repentino fez Akechi sentir seu coração apertar, mas externamente fez uma careta de desgosto, o orgulho era maior do que qualquer coisa mesmo que ainda estivesse com a mente cheia de tudo que havia acontecido, a preocupação, atração, lembranças tristes e até o sadismo que queria ter feito mais coisas com o mercenario.
— Para ser membro dos Phantom Thieves precisa ter criatividade para apelidinhos? Ainda bem que eu estou com vocês para pensar em algo que não seja idiota. Mas fico feliz com sua mentira, vejo que não é tão inconsequente assim e podemos arrumar as coisas em paz.
Quando ia virar o corpo para se abaixar, seus olhos se abriram ainda mais e apertou os dedos contra a palma de sua mão em uma respirada rápido que pareceu um soluço de susto inconsciente. Dor. Finalmente olhou seu joelho. Não tinha noção do tamanho do corte por conta da calça, mas estava rasgada ali. Akira não demorou para pegar uma vassoura e um pano para limpar o vinho estourado e os cacos no chão. Estava preocupado com Akechi mas tentava não demonstrar tanto, sabia o como ele odiava “piedade” ou “dó”. Mas ainda sim queria cuidar dele. Não só daquele joelho, mas daquela alma, ainda mais agora que tinha mais uma chance.
— Vamos subir. Arrumamos isso depois, vamos ver esse corte aí. Eu não vi direito como você fez ele mas vi que foi com o Malbec do Sojiro né? Aha, aposto que ele vai fingir que nada aconteceu e brigar com a gente por ter destruído o vinho.
— Hm. Consigo até ouvir a voz dele reclamando. Você está falando de mim mas a alguns minutos você estava sendo enforcado, ou se esqueceu?
— Não mesmo, mas acho que o máximo que vai acontecer comigo vai ter ficar um roxo, no seu, o máximo é um ponto. Quer que eu te segure no colo meu herói?
— HAHAH! Herói? que te deu um tiro na cabeça? Eu consigo andar, Kurusu. Você me subestima, pelo visto vou ter que chutar seu saco como fiz com o cara.
— Agora sim é quem eu conheço, você tá bem, não deve ser nada esse corte~ Vamos lá. E não se preocupa que o Mona tá na casa da Futaba comendo atum todo feliz
Ser chamado de herói fez sua mente o assombrar novamente, lembrando quando sua mãe perguntava o que ele queria ser quando crescer e respondia que queria ser um herói como o featherman. Se sentia exausto mentalmente e fisicamente estava sentindo um ardor e fisgadas, pontadas fortes quando andava que o fazia morder, pressionando os dentes até a mandíbula doer. Era só um lance de escada, mas ainda sim sem tentar demonstrar estava demorando mais que o normal.
Akira notando a dificuldade, sem falar nada passou o braço por trás do corpo esguio e segurou firmemente a cintura fina, fazendo força e apoio para cima, tirando metade do peso para andar e o facilitando para chegar ali no quarto. Joker pensava em como aquela cintura parecia feita para ser segurada daquela forma querendo manter a mão ali apesar do de fios claros ter saído de lá e se sentado na cama que fez um pequeno rangido de mola. Andou apressado para a estante e pegou uma caixa, pegando de lá um remédio e curativo, se sentando do lado de Goro.
— Agora vamos olhar esse corte aí… Ah! eu viro o rosto, não sei, ah, a gente vai no banho junto… enfim
Já havia entendido a mensagem, pelo visto era constrangedor para ambos simplesmente falar um “abaixe a calça agora”, e realmente, não era dessa maneira que imaginava estar sem calças na cama estreita de Akira. Levantou hesitante enquanto o que cheirava a café mexia no celular, abrindo o cinto, botão, zíper e enfim abaixando o tecido com cautela e tomando um susto com o tamanho do corte que ali estava. Não imaginava que vidro faria aquele estrago e pela calça ser preta o sangue não ficou evidente, só o cheiro de vinho. Enquanto Akechi de pé inclinava para frente para ver o ferimento, Akira olhava aquela bunda tão próxima de si e com a barra escondida pela roupa de cima, aquele leve volume natural mais em baixo e como o tecido contornava a curva ali. A posição que ele estava era normalmente vista quando eles jogavam sinuca, mas sem o tecido ali na frente surgia ainda mais desejo. Era uma bunda realmente bonit-
O detetive voltou a sentar na cama, tendo notado o olhar faminto de Akira para sua trás. Se sentindo eufórico internamente por ser desejado daquela maneira mas mantinha a face séria…e corada. Assim que o moreno viu o ferimento, os pensamentos lascivos sumiram. Pegou o remédio que tinha ali e via sua composição para ver se podia simplesmente jogar em cima daquele corte. Sem nem mesmo pensar sobre isso, colocando a mão sobre a coxa e pele macia, um pouco acima do ferimento. Quando sentiu aquele toque, Goro sentiu um calor como um primeiro gole de whiskey que se alastra pelo corpo. Era inegavelmente uma pessoa desejada, mas que odiava com toda a sua ira e nunca permitiria que encostassem um dedo…se não fossem os de Akira Kurusu. Os de Akira, deixaria não só encostar um dedo como mão e corpo inteiro. Não gostava de admitir isso nem mesmo a si, e só se permitia isso entre quatro paredes e sozinho, mas ali estava, a mão de dedos longos em sua coxa. Mesmo sem ter sido enforcado, deu uma tosse sentindo a mão sair de lá e tomando coragem de falar algo
— Se não me engano prisioneiros antigamente usavam bebidas alcoólicas para limpar esse tipo de ferimentos não? Então Kurusu, não se preocup-A-AH!
Exclamou em alto e bom ardor quando os olhos cinzentos mais próximos da ferida notaram um brilho ali e tirou com a ponta de seus dedos rapidamente um caco de vidro escuro que estava ali preso, fazendo escorrer um pouco mais de sangue por aquela pele pálida. Akechi colocou a mão rapidamente sobre sua própria boca, respirando fortemente. Não era nada perto dos gritos roucos e libertos de ameaças que dava no metaverso, mas ali foi um curto grito de fragilidade. Levando a mão aos fios escuros e passando entre seus dedos, puxou para cima levantando a cabeça dele fazendo a expressão de raiva que secretamente Akira amava, aliás, Akira retribuiu o puxão com uma piscada daqueles cílios longos e perfeitos. Suspirou e soltou os cabelos dele. Foi uma puxada até que sexy pensando bem. Não era a primeira vez que de alguma forma existia um tensão sexual entre os dois, mas agora era melhor priorizar outra coisa. A vez de tomar um pequeno susto agora foi de Akira, ao Akechi levar a mão para seu pescoço e abaixar um pouco a gola. Ali estava a pele marcada com um tom vermelho e roxo, estalando a língua na boca em tom irritado com a situação.
— Não é nada perto do seu corte. Acho até que minha blusa ajudou a proteger um pouco. Pera aí.
— Como sempre você tem esse seu senso de justiça falho. Vamos pelo pequeno fato de que você nunca passa por problemas, é só os outros não é? Você nunca se prioriza e se coloca como o sofredor da história. E sabe mais Kurusu? Se você tivesse matado logo meu pai, e não só roubado o tesouro, isso não teria acontecido, com nós dois.
Enquanto Akechi falava, Akira o ouvia com clareza, mas ainda sim levantou e pegou um pano comprido que tinha em seu armário, molhou com a garrafa de água que tinha ali voltou a sentar ao lado do que sabia estar preocupado, chegando a sentir um aperto no coração de o ver ferido mas tão raivoso por terem o ferido. A prova viva de que pessoas e opiniões são mutáveis, de razões não serem certezas.
— Vou limpar esse sangue tá? Não vou passar em cima do corte não, é bom o sangue secar em cima, só não o excesso… e acho que nossa justiça vai de acordo com tudo que vivemos Akechi. Não acho que você esteja errado de querer matar, inclusive, eu sinto vontade de matar também. É natural. Mas as vezes o perdão pesa menos até dentro de nós. Não, seu pai não merece perdão, mas ele merece estar na cadeia e sofrer o resto de sua vida por tudo que ele fez, com o peso de tudo que ele fez.
—… certo. Pode limpar. Mas sobre ele sofrer de arrependimento, é impossível. Porque ele não tem nenhum. Você é muito ingênuo, acredita que mudam e que o mundo é final feliz de filme infantil. Ele tem dinheiro, vai sair logo mais da cadeia. Ainda mais agora que ele não tem mais um eleitorado, vão se esquecer dele e ele vai agir nas sombras, como o homem que veio hoje te usar de refém. Agora você entende algo? Eu vou dar um fim nessa história, Akira. Existencialismo é a razão e consequência que me preparei.
— Mas a consciência tem que passar por desenvolvimentos que vem de contradições, tipo dialética.
— …Akira. Você leu Hegel?!
Foi impossível conter um sorriso e uma risada ao pensar que ele havia lido filosofia simplesmente por ter parafraseado Hegel em algum momento. Gostava de ler por dar repertório para suas entrevistas onde velhos que nem mesmo refletiam batiam palmas para qualquer merda dita, mas também ler era como um momento íntimo onde ficava mergulhado em pensamentos. Akira não havia entendido com tanta clareza as coisas que havia lido, mas entendeu profundamente que eles eram realmente a perfeita tese e antítese. Lembrando que quando estava a ler tal filósofo e falou disso com Yusuke, o artista ficou a abstrair por horas falando de yin-yang e milhões de contradições, mas estava agora de frente com quem mais queria falar sobre isso, passando o pano suavemente ao redor da ferida, limpando e vendo que o corte apesar de fundo não era tão grande quanto parecia com todo o sangue espalhado. Passando o spray que fez Akechi fechar os olhos um pouco forte e enfim, segurou aquela coxa com mais afinco, levantando um pouco para passar a atadura. Ambos estavam a rir e leve mas assim que passou o curativo e a mão da coxa segurou um pouco mais próximo da virilha, sentiu outro membro do seu corpo que não era a perna mover. Ambos ficaram sem rir e envergonhados com a situação. Aquilo era reação natural né?… esperava que sim. Rolou mais o curativo e finalizou com um durex que tinha. Goro falando seu nome daquela maneira e com aquela voz ainda estava a fazer Akira se sentir nas nuvens, fora a oportunidade de tocar naquela pele tenra.
O detetive estava com seus olhos rubros entreabertos, pensando em tudo que estava a sentir nesse dia, as sensações e lembranças que remetiam a picos emocionais. Aliás, pensava até sobre a forma que estava a permitir ser cuidado e tocado, o que foi uma surpresa até mesmo para si, já que havia sido tocado sexualmente anteriormente, mas não com consentimento e isso o enojava profundamente, o fazendo ter aversão à contato físico. Mas os toques de Akira eram diferentes, eram quentes e macios. Queria que isso fosse recíproco, silenciando sua própria mente que dizia não ser digna de afeto. Logo a mão que usava luvas foi para a coxa de seu rival, segurando exatamente na altura em que a dele estava.
Os cinzentos e avermelhados se encontraram, estava a olhar nos olhos do outro, afundando. Trocando palavras e permissões mudas que foram acolhidas com o aproximar do rosto. Agora a ponta dos narizes se encontravam. Sentindo a respiração cálida ali trocada, sem cortar o olhar que os fazia emergir no outro, tese e antítese estavam a admirar, a beleza daquele olhar, daquela pele, até mesmo daqueles poros que agora enxergavam daquela distância. As testas se encontraram assim como seus corações. As mãos davam carinho na coxa do outro, suavemente. Nenhuma palavra havia de ser dita se a alma estava a gritar por desejo. Depois de tanta dor que passaram, perdas, traições e morte, aproveitavam ali um pouco da adolescência que foi perdida pelas responsabilidades e peso do mundo nas costas, os lábios se encontraram e assim ficaram por alguns segundos, encostados sentindo a maciez, em pequenos selinhos até que Akechi deu mais um passo abrindo um pouco para sua língua passar e contornar o lábio de Akira, abrindo levemente os olhos para ver a reação da lambida, mas tornou a fechar os olhos quando o simples umedecer dos lábios antes secos foi a deixa para seu rival aprofundar o beijo, entrando a língua entre aquelas pétalas e saboreando com gula a boca com que tanto trocava tantas provocações para enfim estarem ali, lembrando como tinha vontade de silenciar o outro daquela forma. As línguas se enlevavam e sentiam a textura da outra, passando até pelo céu da boca e sentindo um leve gosto de sangue pela forma que ambos morderam a boca por dentro no momento tenso que passaram anteriormente, mas aquele sabor até deixava melhor. Akechi levou a mão que não estava na coxa do moreno para o rosto, passando o polegar na bochecha e depois escorrendo a mão para a nuca, empurrando para sentirem ainda mais aquele beijo tão cheio de desejos antes contidos. O som molhado fazia ambos soltarem pequenos gemidos dentro da boca do outro e isso excitava como jamais havia imaginado. Quebrando aquele beijo para respirar melhor, ainda com a boca aberta vendo o fino filete de saliva que ainda os unira.
— Sonhei muito com esse momento. Muito mesmo.
— queria que a gente tivesse se conhecido antes… e feito isso antes também.
— acho que tudo tem seu tempo e agora podemos aproveitar. Roubei o coração do detetive príncipe? O que está na lista de celebridades mais beijávei-
— Cala a boca Kurusu.
— Vem calar.
O olhar provocativo de cílios longos, por trás do vidro do óculos que estavam levemente embaçados, era realmente tudo o que Akechi precisava. O único olhar que precisava estar fixo e o admirando, tendo recusa de pensar nas pessoas que futilmente o admiravam por uma atuação tão idiota e supérflua. Aqueles olhos cinéreos viam e o perfuravam tão fundo quanto o vidro em sua perna, entravam em sua alma e mudavam sua vida, seus conceitos e o divertia com jogos mentais, agora, físicos. Não conseguiam parar de saborear o outro, o leve gosto de café com uma pitada férrea de sangue, mas tinha mais, um sabor específico de uma tensão sexual contida por muito tempo. Akira parecia experiente naquilo e fazia Akechi derreter, chupando o lábio inferior e soltando, mordiscando o lábio do outro como nunca havia sentido antes e tudo isso em respirações soluçadas com murmúrios que eram gemidos. Perdiam a noção de tempo e de lugar, ficando de frente para o outro enquanto inclinavam a cabeça para aprofundar ainda mais, não se incomodando nem mesmo quando a armação do óculos batia em seu rosto ou o momento que os dentes bateram rápido, a única coisa que importava era beijar, queria substituir toda a saliva que estava naquela boca pela sua. Mas sentia uma contração em seu ventre e ficou mais vermelho ainda, abrindo os olhos enquanto tomava ar e olhando para baixo para ver se o moreno estava na mesma situação, como se fosse um desafio que não queria perder, felizmente viu o volume e se sentiu orgulhoso. Sentiu a mão saindo de sua coxa e então enquadrando seu rosto puxando para o olhar, Joker estava sério.
— Eu não quero perder você novamente.
— Eu não pertenço a você, eu estou com você porque eu quero. Se você continuar a me beijar assim… realmente eu vou cogitar ficar por muito tempo.
— Só pelo meu beijo?
— Tsc… para de ser sentimental assim.
Estava envergonhado pelo volume e não queria cruzar as pernas por conta da ferida. Mas levantou a perna e colocou sobre o colchão, indo para frente e quando os braços se levantaram um pouco, Akira entendeu rapidamente e abraçou com tanto afeto que fez o de fios claros sentir o coração apertar tão forte que os olhos pareceram ficar mais molhados. Sentiam a respiração do outro, a fragrância, pensou até em falar sobre as memórias sobre sua mãe que desencadearam antes, mas isso não parecia muito adequado no momento, que apesar de íntimo e emocional, ambos estavam bem estimulados, Kurusu até mesmo sentia a calça incomodar.
Já havia tentado matar o que estava em seus braços, e agora seu alívio era ele estar vivo e ali presente, o mesmo na visão de Akira. Não sabia se um dia iria morrer novamente, se um suposto Deus colocaria mais obstáculos ou pontos finais, mas era um consenso interno de ambos, se permitirem viver aquele amor distorcido e visceral naquele momento.
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__________Cap.2. NSFW.____ _____
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Já havia sonhado algumas vezes com o líder dos phantom thieves o beijando daquela maneira, e a realidade era ainda mais tentadora e prazerosa que os sonhos. Mesmo que não quisesse era natural esse tipo de desejo. Não era uma pessoa que pensava frequentemente em sexo, ainda mais por ter muitas outras coisas para lidar. Fora as vezes que já o tocaram, seja quando era criança enquanto sua mãe tinha clientes ou de superiores da televisão com mãos bobas, isso o deixava enojado e sujo só de lembrar. Notava a atração normalmente ser por homens e ignorava explorar ou entender sua sexualidade. Mas seus únicos sonhos eróticos envolviam o que estava agora a passar a mão por seu pescoço e descer o rosto, ouvindo um estalo molhado da chupada no lábio inferior enquanto enfim ele descia para lamber o pescoço de Goro, que inclinava a cabeça para trás para dar mais espaço.
Já Akira estava muito mais inserido em convivência social, com seus amigos (principalmente Ryuji) a falar de peitos, bundas e coxas. Pensava com frequência no detetive príncipe e agora realizava um sonho que pensava ser inalcançável. Já havia beijado antes, mas nunca daquela forma tão entregue e intensa. Akira se considerava pansexual, mas ultimamente, seus amigos falavam que ele era “perigossexual” por sempre correr atrás do que mais o deixa em risco, e isso envolvia o que finalmente estava ali, entre seus braços.
Sentindo o cálido abraço, até que o de fios claros tomou o primeiro passo novamente para mostrar o consentimento. Levando uma de suas mãos até entre as pernas do moreno, segurando e sentindo o volume por cima da calça, traçando a extensão com sua mão pressionada ali, ajudando abrindo o botão da calça com aquela única mão, aproveitando o susto trêmulo que o moreno teve para enfim o puxar pelos cabelos novamente com a outra mão e avançar no pescoço exposto. Ao contrário de Akira que estava a respirar e lamber o pescoço gentilmente, Akechi foi agressivo assim como esperava, sorvendo fortemente sua pele ali até deixar um pequeno mas bem tingido hematoma e mordiscava tirando leves respiradas e suspiros que pareciam dizer “não”, mas eram contraditórios com o que seu próprio corpo dizia. Akechi queria marcar Akira, deixar evidente que ele era seu, mas a marca avermelhada da corda que antes estava ali ofuscava, o que parecia o deixar ainda mais faminto de alguma forma e aproveitou para a mão subir da virilha para abdômen e assim ir subindo, o moreno ficou a levantar os braços e ajudar o amado a tirar sua blusa e terno. Mas não seria o único sem blusa ali, puxou o detetive pela gravata listrada de uma forma que viu no sorriso provocativo do outro o como havia gostado daquilo, retribuindo o olhar obsceno e tirando a gravata e abrindo os botões da camisa. Pareciam salivar pelo outro como se fossem desnutridos a ver um banquete.
Akira via aquele corpo fino e levemente definido, pálido com o avermelhado mais próximo de um tom alaranjado que parecia algo tão irrealmente pervertido que achava que só era possível ver em pornografia. Mas mal sabia que ele não estava para trás. Akechi sentiu seu pau ficar ainda mais duro vendo como o corpo de Akira por baixo da blusa era definido e fino como o seu próprio, mas principalmente, aqueles braços. Os braços fortes que foram irresistíveis de assim que os viu, passar sua mão por eles sentindo o músculo. Parecia estar a derreter, de desejo, calor e vontade, de uma forma que se sentia tão vulnerável que era um pouco assustadora, mas ao olhar os olhos por trás daqueles longos cílios, voltava a se sentir envolto e seguro naqueles toques. Ao mesmo tempo que era um contato íntimo e tão único, os olhares e gestos pareciam um luta por dominância, como qualquer coisa que envolvia tese e antítese.
Correu para abocanhar o mamilo do que estava de óculos, que abriu a boca para respirar forte, jamais imaginando que ali poderia ser um ponto tão erógeno assim. Já sentindo um pouco o melado do pregozo. Os olhos avermelhados não se desconectavam dos seus, passando a língua rápido pelo mamilo agora mais avermelhado e duro. Akira mordeu seu próprio lábio com força e se afastou um pouco não deixando de achar bonitinha a expressão que Akechi fez, um pouco desnorteada piscando com a ponta da língua para fora de sua boca. Levantando um pouco o corpo, aproveitou para chutar suas calças para baixo, jogadas no chão de madeira e enfim voltar a ficar de frente pra seu maior sonho, colocando ambas as mãos em cada coxa macia
— Goro… eu quero ir realmente a fundo nisso. Sempre sonhei com você principalmente nessa cama.
—Vamos falar menos e fazer mais… ou não. Gosto de ouvir sua voz. Gosto de te ouvir implorar. Então, me conta quais tipos de sonho você teve nessa cama comigo.
A voz era lânguida e parecia mel em seus ouvidos, dando um selinho doce mas depois se levantou um pouco também e ficou de joelhos no chão, não precisando dizer mais nada. Felizmente a sua ferida estava muito bem protegida com a gaze e atadura fora que era um pouco mais para cima do joelho. Aquele ângulo de Akira fez Akechi sentir novamente aquela pressão quente em seu ventre, as pernas o enquadravam enquanto estava sentindo o coração e seu membro pulsar, arranhou as coxas do moreno por dentro e sem cortar o contato visual, passou sua língua sobre o tecido, logo onde era a glande já úmida.
— P-Por favor Goro… me chupa.
— Pensei que eu tivesse pedido para você me contar alguma coisa… seja um bom garoto.
— a-ah… Eu já sonhava a um tempo, com você me chupando no interrogatório embaixo da mesa ou eu te chupando em uma safe room de castelo…
— oh~ Que pervertido. No mesmo interrogatório em que você estava sendo torturado e depois foi morto, você sonhava com um boquete? A puberdade deve ter tomado conta mesmo, parece um cachorro no cio. Hm, e no metaverso você chupava comigo Robinwood ou Loki? Seus amigos não poderiam ver?
— As vezes enquanto eu batia eu imaginava eles nos vendo.
— Exibicionista, até nos seus sonhos você faz showzinho então. Mas eu iria participar. Fodendo você enquanto eles veem o como você é meu.
Era comum trocarem provocações, mas aquelas tão explícitas os faziam ficar ainda mais em um estado lisérgico de prazer. Onde nenhum pensamento lógico passava pela mente de ambos, apenas aquele desejo dionisíaco tomando seus corpos por inteiro. Os polegares passaram pela linha da virilha que formava um V, lambendo logo embaixo do umbigo para então esses mesmos dedos puxarem o cós elástico da cueca para baixo, o que fez o falo de Akira praticamente pular para fora deixando Akechi surpreso com os olhos bem abertos a piscar algumas vezes com a boca levemente entreaberta. Era maior do que esperava. Era pela posição em que estava? Chegou a bater um pouco em sua bochecha que estava rubra e quente, quente como seu hálito, mas não tão ígneo quanto o membro totalmente rijo logo ali. Estava a salivar, se estranhando por estar tão faminto pelo pau do líder dos phantom thieves, não demorando para enfim passar o indicador por baixo da base até a cabeça e dar um pequeno beijo na parte já úmida, segurando a base com sua mão e então abocanhando a glande, o que fez Akira sentir um impulso físico de mover o quadril um pouco para frente já entrando mais na boca que tanto desejava. Passou a língua circulando a parte mais exposta e afastando um pouco. Dando um brilho perolado de saliva na ponta avermelhada e aveludada, já movendo sua mão o masturbando enquanto aproveitava para passar a língua por toda a extensão enquanto se deliciava com as reações. Voltando a por dentro e abrindo bastante o lábios para o dente não bater. Sua boca era pequena daquele jeito? Ou ele que era grande? Foi então que voltou a lamber em círculos, sentindo aquele gosto salino viciante e não imaginava que sentiria aqueles dedos finos passando por seus fios até que sentiu o puxão para frente e o som molhado do pregozo com saliva em um engasgar, agora metade do pau estava em sua boca, revirando os olhos e sentindo lágrimas pelo reflexo de sua garganta, tinha um novo objetivo além de fazer Akira gritar seu nome. Decidido o olhando com os olhos avermelhados com a lágrima à escorrer no canto, notou um ritmo nos movimentos da mão que o moreno o instruía com gemidos sussurrados e pedidos por mais. Acompanhando o ritmo colocava mais e mais dentro de sua boca com afinco e sede, escorrendo a língua no membro e chupando a ponto de fazer o interno da bochecha pressionar e passar pela extensão junto da língua, conquistando alguns centímetros a mais sempre que ia com a cabeça para frente, acelerando a velocidade para então sentir o nariz encostando na virilha e roçando nos poucos fios escuros tinham ali e seu queixo um pouco nos testiculos. Akira estava a ver estrelas, revirando os olhos mas descia o olhar para ver a cena e a guardar em sua mente eternamente. Suas pernas tremiam e dedos dos pés ficavam contraídos, respirava rápido e uma dor muito prazerosa surgiu, iria gozar. Soltando um gemido rouco pronto para avisar
— T-Tão fundo… assi- GORO. Eu não vou aguent… a-ah…
Falou para ele gozar dentro de sua boca, mas não foi nada audível, apenas recuou a cabeça para o masturbar mais rápido, levando uma de suas mãos para colocar sua mecha clara de cabelo que estava em seus olhos para trás de sua orelha. Como era possível um gesto tão simples ter sido tão bonitinho e sexy ao mesmo tempo? fora o tecido de courino da luva o estimulando e a fala inaudível fez uma vibração ali que o fez arquear as para trás e puxar os fios mais compridos do cabelo de Akechi, que manteve a boca bem aberta com a cabeça do pau apoiada em sua língua o olhando com os olhos escarlates e marejados pelo reflexo de ter sentido o membro bater no fundo de sua garganta. Akira então com o peito a subir e descer rapidamente, abriu ainda mais as pernas e soltou seu cândido prazer sobre o língua afiada, nunca havia gozado tanto daquela forma, atingindo um orgasmo único que fazia seu corpo inteiro sentir pulsões como as de um arrepio em choque, o gemido era bem profundo e trêmulo. Enquanto isso o detetive fechava a boca rapidamente para engolir o grosso leite, o que fez o moreno soltar mais um fluxo de sua porra no rosto impecável, perto do olho direito e escorrendo por sua bochecha. Estava sentindo agora realmente que estava nos céus. Isso foi muito melhor do que qualquer coisa que havia imaginado, agora entendia quem era ninfomaniaco. Mesmo depois de tanto que havia escorrido, não havia ficado totalmente baixo, felizmente porque Akechi precisava de mais, chupar Akira e o deixar totalmente a alucinar de prazer iria se tornar um dos seus maiores gostos.
Havia se esquecido de aproveitar a situação e tentar entrar ao menos o indicador naquele músculo apertado e rosado que estava ali a contrair um pouco. Sabia do que precisavam agora, mas será que ele tinha?
— Kechi… Como você é tão bom nisso? Aah…. Desculpa por ter gozado no seu rosto, aliás, não. Não peço desculpa não. Eu realmente tenho a culpa e gosto de ser o responsável por ela. O que achou do gosto?
— hmmm… meio salgado e muito saboroso. Vou querer mais vezes.
—Achei que preferia doces. Será que eu tô em um castelo e você é o Akechi cognitivo e pervertid-H-hm….
Com uma expressão um pouco brava voltou a abocanhar ali e sorveu forte o comprimento soltando o pau de sua boca com um som do estalo de saliva, enfim passando a mão no rosto para limpar assim como um gato faria. Estava já a doer entre suas pernas por ainda estar contido pelo tecido.
— Só admita que sou bom nisso Kurusu. Obrigado… nmh, Ei, Akira… você tem lubrificante?
— Eu…na verdade eu acho que tenho!
— oh~ que preparado. Depois o pervertido sou eu?
— Ei ei, veio junto com uma camisinha que estavam distribuindo na estação. Não sei se vai ser bom para voc
— O que quer dizer com isso se eu que vou foder você?
— O que quer dizer com isso se depois de ser fodido EU vou foder você ?
Ambos trocaram uma pequena risada, Estava a amar Akechi dizer seu nome e se acostumando a ouvir vindo daquela voz soprosa e limpa. Se levantou totalmente pelado ainda sem acreditar no que havia acabado de acontecer, alcançando a bolsa no sofá, abrindo e procurando com a mão a pequena embalagem quadrada. Goro então levantou também, voltando a sentir uma pulsação, mas não ali no volume que estava mantido, e sim em seu corte que ardia. Colocando a mão no curativo com as sobrancelhas tensionadas e apertando um pouco a área ao sentar na cama, parando só quando se distraiu para olhar a bunda levantada do moreno. Foi sua pequena vingança agradável, admirando aquela carne e o contorno do testiculo que dava para ver ali. Não aguentava mais. Sua respiração parecia mais forte que o normal e só pelo ato de abaixar sua cueca cinza enquanto Akira não estava a ver, já o deixou completamente vermelho se sentindo profano. Ouviu o fraco “achei!” E assim ele se virou e viu quem mais amava e desejava ali, nú em sua cama. Sorriu travesso daquela maneira que o detetive amava, praticamente se jogando sobre o corpo do outro com um sorriso de mostrar os dentes, tirando o óculos que nem mesmo grau tinha mas era tão acostumado a usar, colocando ele de baixo cama. Essa era uma sensação completamente nova para ambos. Estarem na cama juntos, deitados, sentindo a derme em um abraço que docilizava até mesmo o black mask. Que era tão assustado em lidar com sentimentos.
Enfim vendo que ele tirou os óculos, se sentiu até sem jeito de ainda estar de luvas e camisa aberta, tirando e colocando junto do óculos no chão. Imediatamente levando as digitais para as clavículas, agora sem couro, sentindo a textura da pele tão lisa e alva, fechando os olhos para sentir ainda mais intensamente e subindo os toques para passar nos fios escuros bagunçados e voltar a o beijar. Roçando o corpo no do outro enquanto as línguas voltaram a se encontrar, começando a relaxar em meio aquele carinho que nunca havia se permitido receber, talvez aquele fosse o dia mais feliz de sua vida. Enquanto parecia ronronar de tanto afeto com os olhos fechados, abriu os olhos e respirou em um gemido ao sentir os dedos finos do moreno passando sobre a glande melada e por fim segurando suavemente e começando a o masturbar, mas estava fraco, precisava de mais. Mordeu o próprio lábio mas foi interrompido por Akira chupando seu inferior e soltando, assim voltou a abraçar Akira enquanto ele continuava a mover sua mão de cima a baixo, mas alcançou o que queria, indo até a orelha e soltando um pequeno gemido quebrado com seu hálito quente, aproveitando para lamber ali. Kurusu nem mesmo sabia que tinha tanta sensibilidade na orelha por sentir um arrepio como se um cubo de gelo descesse suas costas, pelo visto estava a se descobrir mais do que imaginava, mas não deixaria ele tomar as rédeas estando embaixo, agora era a vez do detetive príncipe sentir. Levando os lábios até o mamilo rosa alaranjado e lambendo lentamente enquanto apertava o outro entre os dedos, até parando de masturbar para se focar ali, chupando e mordiscando, deixando duro e fazendo ele soltar um vergonhoso gemido mais fino e alto do que a sua voz normal.
Sentia como seu corpo fosse explodir, subindo e descendo o peito em uma respiração desregulada. Ia pedir para ele parar se não poderia já chegar ao ápice, mas como se Joker já o entendesse, parou esses estímulos para Akechi conseguir respirar melhor. Nunca esteve tão excitado em toda a sua vida, então rasgou a embalagem levando ao nariz para sentir o cheiro, era bem neutro, passou dois dedos ali no líquido incolor e desceu a mão.
— E-Era para ser o contrário não?…isso. Hm…
— Dessa vez é melhor assim, pela sua perna também. Mas essa não vai ser a última vez que faremos algo assim não é? Eu quero você dentro de mim ainda.
Estava excitado demais para lutar contra os dedos que contornavam sua apertada trás e entravam a ponta, já o fazendo apertar o colchão e quando foi abrir mais as pernas, sentiu uma dor, o que o fez deixar a perna ferida na cama. Ainda sim tentando levantar um pouco o quadril para facilitar. Já havia entrado dedos ali, mas era inimaginável o pau que havia chupado ali dentro. Mas realmente o lubrificante ajudou a entrada, já afundando o dedo do meio por completo com a palma a encostar na bunda, mas não demorou para entrar o segundo dedo e abrir um pouco eles para o preparar ali. Estava sendo aberto, soltando gemidos fracos até que sua próstata foi encontrada e empurrada por aqueles dedos esguios. Soltando um gemido alto com um respirar como se estivesse a mergulhar e ido a superfície encher de ar seus pulmões. “A-AKIRA!” Revirando os olhos e soltando seu prazer em seu próprio abdômen, mesmo gozando sentia que tinha mais e fôlego para isso não faltava, levantando a outra perna e puxando sua carne para mostrar ainda mais sua entrada, como se pedisse para ele entrar sem nenhuma palavra. Não resistia mais, precisava se tornar um com Akechi. Despejando o lubrificante sobre o próprio membro e anus que entraria, era um pouco gelado e não demorando para se posicionar e pressionar ali, começando a entrar.
Lidava bem com dor, muitas vezes seu sadismo tinha a compensação do masoquismo, se sentindo digno de sofrer, mas se isso era dor, aceitaria ela por completo. Tentava não demonstrar, apenas apertando o colchão tão forte que sua mão tremia. Agora já havia entrado a glande, o que fazia Akira já sentir a necessidade de entrar mais naquela cavidade tão apertada e ígnea. Quando entrou um pouco mais, Akechi não conseguiu conter um murmúrio de dor com um franzir da sobrancelha e ranger de dentes.
— Isso parece dolorido…quer que eu pare? AKECHI!!
Queria mais, mesmo se doesse sabia que não seria por tanto tempo, assim mesmo que estivesse a sentir a perna doer por levantar e prender no quadril do moreno, puxou fortemente para si, o fazendo entrar até o talo soltando um reclamar de incômodo misto de dor e prazer, continuando a prender as pernas para ele ainda não mover e se acostumar com Akira dentro, estavam a se tornar um só e isso que importava. A sensação de estar dentro de quem mais sonhava era realmente lisérgica, sentindo o apertado pulsante, colocando os cotovelos na cama e então abaixando o corpo para beijar sua antítese. Os sons do beijo e a macio dos lábios juntos o fazia relaxar e se sentir melhor com o membro tão fundo dentro de si a se sentir preenchido, vendo a melhora na expressão do que estava embaixo, levou a mão ao falo e começou a o masturbar novamente. O que fez Akechi revirar os olhos de prazer. Sussurrando dentro da boca que o beijava tão bem. “Pode meter…mas com cuidado.” Bastou esse anúncio para então ir com o quadril para trás levemente e para frente, aumentando o movimento da mão na tentativa de o deixar mais confortável, pelo visto estava melhor pela forma que Crow chupou o lábio inferior e soltou em um suspiro, soltando as pernas e levando as mãos para os ombros que estavam acima enquanto olhava para os olhos cinzentos. Conforme movia languidamente e via as expressões de Akechi como um sinal para ver seu conforto, começou a estocar mais rápido e manter em um ritmo, parecia que aquele estreito músculo o chupava para dentro e isso tirava gemidos profundos, mas não era o único, o impulso do impacto fazia o corpo inteiro de Akechi ressoar com aquele prazer, soltando gemidos dignos de pornografia e cheios de ar. Gradativamente foi aumentando as estocadas e parando de o masturbar, levantou um pouco o corpo e ambas as mãos foram ao quadril do que estava embaixo, o segurando com força e afinco, afundando um pouco os polegares ao lado dos ossos da bacia. Agora sim, estava realmente a foder o detetive príncipe que gemia como nem mesmo em sonhos imaginou ele ser tão vocal, ouvindo também o som das peles quentes a bater na outra como tapas molhados e rápidos. Afundou as unhas nas costas do phantom thief, deixando ali riscos vermelhos e férvios, ambos estavam a chegar em seu ápice novamente, todos aqueles estímulos os faziam se desligar, sentindo um mundo só deles onde nada existia além daquele prazer tão bem recompensado depois de tudo que já viveram. Sempre tiveram uma conexão inevitável, uma atração que oscilava entre amor e ódio, um destino que os unia independente do tanto que tentavam fugir, tão similares e tão divergentes. Sem nem mesmo um aviso antes, Akira apertou suas mãos fortemente e levantou mais Akechi, batendo o membro exatamente em sua próstata o que fez Akechi que não estava a se censurar até agora correr para levar uma mão sobre sua boca, abafando qualquer gemido a prender o ar, mas deixou sua língua para fora, arqueando suas costas e ejaculando enquanto seu membro movia por cada estocada e melava não só seu abdômen mais uma vez como o do moreno também, estava fora de si a sentir o orgasmo revirando os olhos. O orgasmo não só chegou ao que estava embaixo mas ao de cima também, que sem nem mesmo avisar, com seu quadril movendo rapidamente sem nem mesmo ter mais controle, respirava forte e suava, o som das peles, do molhado, dos gemidos, tudo isso em conjunto o fez não aguentar mais, gozando dentro de Akechi, diminuindo as estocadas e tomando ar.
Estavam ambos trêmulos aproveitando a endorfina pós sexo como se estivessem em frenesi. Demorou para tirar o membro de dentro do detetive, era bom sentir ele por dentro mesmo mole, mas assim que tirou ouviu um som melado e viu o leitoso escorrer até pingar em sua cama. Sorrindo cansado e extasiado, desceu um pouco o corpo e não poupou suas vontades, lambendo o gozo de Akechi que estava espalhado pelo abdômen, querendo sentir o gosto e isso fez o de fios castanhos sorrir e arrepiar. Saboreava e limpava um pouco o outro, lembrando que tinha uma toalha ali mesmo que havia usado para limpar a ferida, pegando a mesma garrafa de água de antes que estava no canto jogada e despejando no tecido, usando novamente ele para limpar todo o semen, o mais recente até o seco que estava ali na barriga do que tanto ama. Não conseguindo conter um sorriso dócil e raro de se aparecer naquele rosto, como sempre o líder dos phantom thieves era cuidadoso.
— E você? O que achou do gosto?
— Agridoce. Achei isso bem você na verdade, Ehe. E sua perna?
— Eu não sei, não estou sentindo ela. Digo, não estou sentindo doer. Acho que é mais forte…a sensação quente de você ainda estar dentro… ah sim. Eu não achei que você fosse gozar dentro. É uma sensação estranha. Eu ia xingar você por fazer isso, mas engolirei as ofensas porque isso me dá direito de fazer o mesmo com você.
— Vai me engravidar Goro senpai?
— Vai se foder Akira.
— Desde que seja com você, eu imploro que sim.
Ambos soltaram uma risada leve com a situação, trocando sorrisos até Akira passar a mão nos fios claros afastando um pouco a franja e dar um beijo na testa úmida de suor. Se isso era um sonho não queria mais despertar. Sentia como se tivesse feito algo extremamente errado, mas de maneira extremamente certa. Talvez por ter tentado cortar essa afeição e até ousava dizer, amor, que tinha por Kurusu pela necessidade de o matar. Sentia ali um renascer. Algo bom em sua vida que parecia até mesmo quimérico. Sua garganta ficava seca, coração apertava forte a ponto de doer no peito ainda mais depois de ter palpitado tão rápido e os olhos quentes. Não. Não mesmo, não iria se permitir chorar depois da sua considerada primeira vez, descartando alguns abusos sofridos que nunca houveram chegado nesse nível, era algo totalmente diferente. Engoliu seco e finalmente gostou de ter ouvido aqueles típicos comentários idiotas, conseguindo se distrair e não chorar. Aquele era o momento mais feliz de sua vida.
— Ainda bem que ao redor daqui é um lugar menos residencial, Sojiro mora perto! Mas não deve ter ouvido você gemendo… mas que foi alto foi.
— Você amou me ouvir gemer, agradeça por eu ter feito isso por você. Agora me passa a água hm.
O que mal sabiam os dois, era que a hacker que estava a platinar um jogo que gostava enquanto comia um monte de sushi junto com Morgana que agora estava uma bolinha a dormir no cobertor, havia tentado ligar para chamar Akira para a casa principalmente por uma skin de personagem especial de featherman, estranhando a falta de resposta mesmo que fosse tarde, confirmou a ligação a distância com apenas uma pequena programação bem invasiva. Ouvindo o ambiente. Uma vez apenas ouviu um pequeno ronco, dessa vez, ouviu algo que parecia um bater de palmas, mas depois que ouviu um gemido, a ruiva entendeu rapidamente e soltou um curto gritinho de susto e desligou a ligação.
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Essa é minha primeira fanfic longa e que fico com um orgulho no meu peito por ter escrito, ela foi feita para a akeshuake hurt/confort week/2023. Minha atual hiperfixação em P5R é algo que tem me feito muito bem e cá está! Essa fanfic será postada no AO3 assim que for traduzida para o ingles com a ajuda do maravilhoso ghostie nyanyaco, ao qual devo minha alma pós vida e alguns desenhos em vida. A arte da capa foi feita por mim e é a primeira vez que ilustro um headcanon/historia dessa forma, entao é... vemos muitas primeiras vezes aqui! Obrigado por ter lido
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