SomniisFleur

Contos escritos por mim~ beapuririn

terça-feira, 14 de abril de 2020



Frio foi a primeira coisa que sentiu.
Mas naquele momento definições do aspecto externo eram nulas para sua mente focada
no instintivo. Tudo era turvo e apenas urgia em si a vontade mais primitiva da
humanidade. Viver.
Ao quebrar aquele vidro que o aprisionava, se via liberto do que era como um útero,
molhado por aquela água esverdeada que seria um líquido amniótico, era uma nova
vida, mas uma vida vazia. Oca e incompleta. Onde iria? Como iria? o que faria?
Assim como um robô, teve instalado em seu subconsciente o comando de seguir as
ordens dos Yggdmillennia, mas nem para isso servia.
Desperto e defeituoso não tinha um motivo para seguir ordens, e mesmo sem noções
sociais já se entendia como inferior.
Ali era uma área de risco, nem mesmo entendia bem porque, mas seu corpo franzino
ainda despertava no rígido chão cheio de cacos e se arrastava para fora daquele
laboratório, até que foi se erguendo e o arrastar se tornou passos cambaleantes.
Passando pela porta do ambiente escuro para um longo corredor e antes que conseguisse
se esconder, caiu no chão sentindo a dor do impacto, e ali estava cumprindo o destino
de todo humano artificial, estava estatelado no chão frio. Sem energia, agora era ser
encontrado para ter um uso para sua morte.

— Ei você! O que aconteceu?

Fora o estrondo do vidro a ruir, aquele foi o primeiro som que ouviu, e não existiu nada
mais agradável. A afável voz feminina e até tranquila para alguém que estava ver outro
no chão estava a se aproximar, e então fez uso das suas cordas vocais pela primeira vez
a ruir um

— Me ajuda...

— Okay! Posso te ajudar!

Tudo era ainda difícil de se processar, a mente assim como seus circuitos mágicos e
azulados estavam exigindo mais do que um corpo que acabou de entrar em contato com
oxigênio pela primeira vez aguentava. Nada era claro, nem mesmo sua visão, mas sentiu
a pressão no abdômen, seus braços bambos, mas principalmente aquela fragrância, o
tom rosa, sons externos. Encheu seus pulmões do ar que carregava aquele cheiro floral,
mas que ainda tinha uma essência...masculina? O ranger de uma porta, e enfim não
estava a enxergar mais o chão, mas o teto. Em suas costas agora era sentido o macio de
uma cama. Sua consciência ia e voltava, mas quando começou a ficar mais estável, só
soltou o que sua mente estava implorando para falar.

— Por que?... Por que me salvou? Quem é você?

O paladino não parecia levar nada a sério, tudo parecia uma grande brincadeira, mas por
trás daquela expressão meiga sabia que estava fazendo algo arriscado e ainda sim sem
arrependimentos, enquanto passava seus dedos esguios pelas ponta da longa trança rosa
olhava o albino a sua frente com um sorriso revigorante

— Você pediu ué~ então porque não? Você estava no chão e eu estava afim! Eu vou te
ajudar nessa. Não sou como os outros que ficam abaixando cabeça por conta de um selo
de comando. Sou Astolfo! Sou o rider desse lado da guerra.

— Você fala comigo como se eu fosse humano, como se eu fosse um ser vivo. Porque
isso?

— Se você pediu ajuda, você tem uma vontade. E isso te faz humano! O que torna
alguém humano?

— Eu não sei. eu... só não sei. nada. absolutamente nada.

Foi então que os olhos rubros finalmente encontraram os violetas com longos cílios. Ao
contrário de si, aquele ou aquela a sua frente era cheio de vida, via aquelas pernas
cruzadas com a cinta-liga apertando levemente a coxa que parecia tão macia, subindo o
olhar por toda a fisionomia até chegar ali nas janelas da alma tentando achar um
significado para si mesmo. Sem noção alguma de proximidade o servo dessa guerra
simplesmente se aproximou mais da cama e tocou em seu braço com uma expressão
incrivelmente doce com as sobrancelhas franzidas

— O que torna alguém vivo? sentir. Tooodos os seus sentidos! e o que torna alguém
humano é o pensar sobre seus sentidos, questionar. Só de você falar que não sabe,
mostra que você tem uma base de raciocino não tem? hum. Tente focar no que você está
sentindo ao seu redor primeiro. Entra em si mesmo! Você é um homúnculo muito
bonitinho, mas tenta ver além disso.

Mesmo que o servo falasse isso, era difícil compreender. Sentir. E foi isso que fez. A
maciez da cama e depois daquela mão sobre a sua depois de ter tirado as luvas brancas e
douradas, o cálido que a mão delicada do que parecia ser um guerreiro transmitia,
aquela mesma fragrância doce de quando foi carregado para aquela sala, ouvia passos
fortes no corredor e sua visão era a mais ativa ali, olhando a figura tão única e bonita do
seu salvador. Foi subindo, tateando o braço como um cego a conhecer alguém, era
torneado e pelo visto tinha músculos fortes mesmo que a primeiro olhar parecesse uma
menina tão delicada, Astolfo tinha uma androgenia digna de anjos em arte sacra. Se
sentia estranhamente cativado, com medo de ser encontrado, com tristeza por pensar nos
outros homunculus, com alegria de ser socorrido por tal figura tão encantadora, mas
então notou uma mudança na expressão do outro, um sorriso travesso floresceu ali junto
com o estreitar dos olhos cheios de fulgor. Agora entendendo o que ele quis dizer,
estava pensando esse tempo inteiro, não era só um depósito de mana destinado a morrer
sendo usado. Mas então o de fios rosados voltou a levantar a voz

— Tem uma maneira de te despertar mais. De sentir todos os seus sentidos. É um nível
de troca de mana, mas que até humanos fazem. Vamos lá!

Pela primeira vez viu a feição nula do albino mudou, mostrando uma dúvida ao ver o
paladino levantando da cadeira, subindo de joelhos na cama, passando uma das pernas
por seu corpo e subindo mais, sentindo a longa capa branca passar por seus pés. As
mãos do servo agora enquadravam o rosto ebúrneo e se aproximava aos poucos
enquanto o polegar passava pela pele tenra que era a bochecha do menor. Seu primeiro carinho. Tão gostoso de sentir que fechou um pouco os olhos escarlates. A respiração
colidia com a do que estava em cima e era até refrescante, se sentia humano, se sentia
protegido, e sentia a pressão aveludada sobre seus lábios. Aquelas pétalas rosinhas que
eram os lábios de Astolfo estava ali sobre os seus finos. Se manteve daquele jeito por
alguns segundos até sentir um abrir, o que estava acontecendo? Aquilo o deixava com o
peito a apertar, seu coração a bater um pouco mais forte, se sentia vivo. A linguinha
úmida do que estava acima pedia permissão para entrar em sua boca, contornando todo
o lábio o molhando até entrar na sua cavidade bucal e ali tocar em sua língua. ambos
pareciam se esquecer de respirar direito no processo e conforme sentia aquele enlear dos
músculos, sentia a respiração quente contra sua derme e os dedos que antes eram
cobertos pela luva, agora escorriam por seus fios cinzentos em uma sensação agradável,
o som molhado do beijo que ali acontecia e se intensificava parecia mais nítido, e as
línguas foram entrando mais na intimidade do outro, seu rosto ficava da cor de seus
olhos, os toques eram como fogo que alastrava e não hesitou em estender seus braços e
apertar aquelas coxas surpreendentemente torneadas mas ainda sim macias, subindo
pelo quadril, cintura e manteve sua mão no tórax, movendo um pouco ali e vendo ainda
mais que quem o beijava daquele jeito saboroso era um homem, isso não impedia
absolutamente nada e se estregava completamente, sentindo por fim seu lábio inferior
sendo sorvido e solto por aqueles que agora se curvavam em um sorriso tímido. Porque
estava sentindo o único tecido que cobria seu corpo ficar mais apertado? O menor se
questionava, mas aquilo não se aplicava só para o que estava embaixo como para o de
cima, que corou ao sentir o volume de seu membro pós um simples beijo, como se
aquele tivesse sido seu primeiro. Um início de um carinho, de um sentimento que ainda
seria muito regado por vivências. O cinzento havia o deixado excitado de uma forma
que nem com muito esforço sua mestra Celenike conseguia, e isso fez Astolfo sorrir
tanto que até aquele canino mais afiadinho apareceu. Queria mais.

- E agora? Se sente vivo?

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Essa fanfic foi uma commission para o ler em ASMR do canal GACHA HELL! SIM GENTE, ESTOU COMEÇANDO COM COMMISSIONS! ME CHAMA AE CASO TENHA INTERESSE, ou caso queira que eu continue essa~