SomniisFleur

Contos escritos por mim~ beapuririn

domingo, 13 de maio de 2018



Sempre gostei do calor, mas não a esse ponto.
Sempre segurei o fósforo no meio do palheiro.
Mesmo que a labareda descesse pela madeira até os meus dedos, eu deixo aquela chama esmaecer na minha pele, mesmo que doesse, não seria necessário deixar o fosforo cair e acontecer o incêndio. Prendia a respiração e o preto surgia em meus dedos. de pouco em pouco o suportável se tornava um ferimento angustiante e corrosivo. Não na derme, mas em meu âmago.
Foi então que notei o quão fraca eu era perante os outros....não. Foi ai que notei, que mesmo eu aguentando tanta dor apenas para mim sem queimar os outros, eu era vista como fraca. Era vista frágil e abusável e isso apenas me tornava ainda mais alvo disso, até que um dia eu poderia ser queimada como uma suposta bruxa. Tenho que acordar. Só das cinzas que nasce algo.
Não quero mais me ferir. Não quero mais ser uma porcelana fina que quebra no pouco calor, não quero me restringir ou me guardar. Eu quero nascer novamente. e dessa vez das cinzas pálidas eu  terei penas lustrosas avermelhadas como as chamas e dignas de um simbolo de força. 

quinta-feira, 12 de abril de 2018


   



    Aquele laço branco que pendia nas suas costas no qual segurava um avental, balançava no mesmo ritmo daquela música animada que parecia conduzir todos os estalos de copos a bater, as risadas histriônicas e tão naturais que contagiava e o som da madeira do chão com o impacto de seu pequeno salto alto, fora aquelas conversas que competiam parar ser ouvidas que apenas secavam por um pouco tempo ao ver a "petit" garçonete que chegava com enormes copos de cevada em suas mãos, isso certamente no plural, sua habilidade de segurar 5 copos e nunca deixar um cair era admirável, frequentemente era confundida com uma adolescente pela sua aparência delicada, mas seu busto mediano, seu olhar e seu ar confiante entregava que já tinha amadurecido a um tempo. "AQUI ESTÁ!" E também, por sua voz, era uma voz rouca de tanto gritar por aquele bar, uma voz forte que não condizia com aquela aparência, ou melhor, até temperava mais aquela estética tão única de Feli, que agora rondava pelo balcão até as mesas.

    Glastheim era conhecida por ser a mais dionisíaca das cidades, foco de pessoas da nobreza que estavam cansadas da responsabilidade, de andarilhos que buscavam vivências, de lojistas extravagantes e caros, de músicos que buscavam fama. Todos tinham um brilho, até mesmo o mais aleatório que seria um borrão preto no meio da pintura, tinha uma boa história para se contar. E essa era uma razão por amar se emprego mesmo tendo oportunidade de tomar rumo para outras coisas. Era aquela festa eviterna e a motivava a acordar todos os dias.
     Mas mesmo que cada um tivesse seu brilho, nenhum se igualava ao que vinha daquela figura que havia acabado de e entrar por aquela porta. A cliente intimidava com seus longos fios áureos de ouro, e seu corpo voluptuoso com curvas que fazia qualquer um se perder, guiando todos do bar naquela sede arbitrária por aqueles lábios finos e brilhantes, e a garçonete não era exceção. Logo ela se sentou na mesa mais reservada do canto e como de costume ignorando os olhares famintos que vinham até do andar de cima daquele bar, aliais, aqueles olhos afiados e aquele sorriso leve parecia até mostrar gosto daquela exposição. Era comum ela ficar naquela mesma posição, mas desta vez, Feli já havia superado seus receios e barreiras de uma...abordagem. Pode se dizer. Porque todos se privavam? Muitas pessoas passavam por aquelas portas e todas era tão intensas e verdadeiras. Viviam e mostravam sua intensidade, tendo vergonha disso, mas naquele momento eram verdadeiras. Por estarem embriagadas? Talvez. Mas o que importa era que naquele momento elas estavam dispostas a abdicar do peso da sociedade as julgar e simplesmente agir, como o simples animal instintivo que todos somos. Infelizmente Felicitá não tinha mais a capacidade de ficar bêbada. Trabalhando nesse meio parecia que não tinha mais sangue nem fígado, apenas cevada. Mesmo o mais forte dos drinks apenas a deixava levemente alta. Mas nesse momento descartava qualquer tipo de coisa que a não deixasse lúcida. Era algo tão simples de se fazer, mas que deixava seus olhos esmeralda lapidados a ponto de um brilho de motivação surgir deles junto com um sorriso malicioso, como uns olhos de um gato arisco e prestes a pular no seu alvo, mas tudo isso enquanto seu coração parecia palpitar mais. Todo seu corpo reagia por uma única mulher. Mas não era apenas uma. Era A. Mordeu o lábio e se entregou por completo à situação, chegando de costas naquela mesa forrada com um tecido vinho e apoiando com as palmas de sua mão na mesa , usou o impulso para praticante se sentar naquele carvalho, o que fazia seu uniforme subir um pouco e mostrar ainda mais sua pernas branquinhas e torneadas, dignas de alguém que passa o dia usando salto e andando de um lado para o outro.
— Boa noite senhorina~ algum pedido especial para essa noite?

    Usou seu sotaque que normalmente as pessoas acham algo realmente atraente, mas nada se igualava a sedução completamente natural e lasciva, nem mesmo pensada, que bastou um virar do corpo para ver a atendente, que aqueles fartos seios que pareciam implorar para serem tocados, se pressionando contra o outro parecendo ainda maiores do que já eram, sabia olhar discretamente de forma que ela nem mesmo perceberia mas agora estava olhando de propósito, para ver que estava sendo desejada, e assim a musa não mostrou reação alguma, reforçando aquela barreira indestrutível, assim apenas respondeu naturalmente, não era desdém, não era sedução, era apenas um bom tom de normalidade com aquela voz tão linda que de alguma forma parecia hipnotizar de tão suave que era, não era uma voz de uma rainha que ordenava seus lacaios, mas de uma mulher poderosa e calma que não precisa provar seu poder a ninguém.
— Hum... Apenas chopp como de costume por enquanto.
— Gosto de suas preferências! Huhu! Posso perguntar o porque você vem sempre aqui?
A loira levantou uma sobrancelha com um sorriso inconformado pela pergunta repentina, um sorriso que facilmente poderia ser traduzido como "isso é sério?", Feli normalmente tinha orgulho de suas abordagens, mas ainda se sentia intimidada perto da outra, sendo que para conquistar o que queria, sabia que deveria se mostrar acima. Não ser uma das milhões de pessoas que a olham de baixo. Mas assim a mulher respondeu apoiando a mão em seu queixo e olhando para todo o ambiente
— Gosto da energia daqui. Conheço o dono, vejo o brilho das coisas, são coisas que me encantam.
Naquele momento, seu olhar passeou por todo o ambiente cheio de vida até voltar novamente para o maior fulgor que estava tão perto de si
— É o que eu pensava, nesse céu cheio de estrelas é a lua que as admira.
Os olhos castanhos em tom âmbar se fecharam um pouco mais como se já estivesse decepcionada, apoiando os cotovelos sobre a mesa com as mãos enquadrando seu rosto, falando em seu tom normal uma frase incisiva para abalar a garçonete, mas que explicitamente aqueles olhos mostravam um certo repúdio.
— Eu não gosto de meninas.
De nariz erguido assim como seu queixo, parecia mais intimidadora por estar naquela altura da mesa de sentada na mesa a olhar acima da loira, a petit falou em tom igual, como se fosse uma ressonância de vozes
— Eu gosto de desafios.
E ali, naquele momento, surgiu algo novo no rosto da musa, um sorriso malicioso que mexeria com qualquer um, uma euforia surgiu daquele olhar desafiador. Talvez o intuito fosse afastar ou mostrar que era areia demais para qualquer caminhão, mas para Felicitá aquilo havia sido quase como um convite para uma batalha que almejava vencer, sabia se portar na guerra da sedução mas nunca havia tido uma oponente tão forte para se render a ela. Não conseguiu conter um verdadeiro sorriso de mostrar os dentes, apoiou as mãos para sair da mesa e ir buscar a bebida de mulher, sem olhar para trás.

     Os ar de indignação não estava apenas como uma aura sobre a garçonete como nas bochechas que ficavam um pouco cheias, mas assim que chegou ao enorme balcão circular soltou a respiração guardada e suspirou fundo, estendendo o braço para um bartender em um chamar.
— Gawaine ! Um chopp weiss caprichado para a mesa 3!  Vou levar os da mesa 14.
Entrando no balcão empurrando a pequena porta de madeira, pegou duas canecas em cada mão e empurrou a válvula com o braço, mostrando a perícia que tinha ganhado com a rotina, mas enquanto isso sua mente calculava seu próximo passo, sabia claramente os passos de fazer alguém ficar em suas mãos, mas primeiramente deveria conhecer mais quem era a real Freya. Seus gostos, sua história, e sua fragilidade, pois sabia que por trás daqueles espinhos tinha uma rosa. E era isso que tinha que descobrir de qualquer jeito, e aquela situação investigativa movida por curiosidade e desejo deixava Felicitá em êxtase e cheia de brilho nos olhos.
- Aqui está pessoal!


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E assim começa a história de mistério que está parada a MUITO MUITO TEMPO. (e que provavelmente mudará de nome.) nunca escrevi uma história pensando muito. Sempre fluiu que nem meus sentimentos, mas agora, pela primeira vez estou tentando pensar em ALGO INVESTIGATIVO, MISTERIOSO, E ISSO É MAIS DIFÍCIL DO QUE EU IMAGINAVA.

 Fora essa história, quero escrever uma curtinha, yuri, romântica ~ (acho que vai ser baseada em um headcanon que tive com a mari de duas das atendentes de um restaurante que fomos. HUEHUEHUE), uma com personagens baseadas nas minhas gatas, eeeee por um fim em uma história antiga que escrevi, sobre um bardo! ele é um amor e se chama Elliot. HAUSHUA enfim.

Se quiserem dar idéias, TAMO AE! quero muito fazer aquele jogo de verdades questionáveis ainda mais por ser em um bar.