SomniisFleur

Contos escritos por mim~ beapuririn

terça-feira, 28 de julho de 2020


 

     O peso de um tijolo sobre seu peito era usual, e tentava disfarçar e amaciar aquele peso com as diversas pelúcias ao seu redor. Nem mesmo quando dormia na cama desgastada do orfanato com menores sobre seu corpo se sentia daquele jeito. Cada dia a admiração que antes era ilusória aos olhos de uma criança a ser salva, hoje criava consistência o suficiente para listar mil e um motivos do porque por Itsuki Shu naquele pedestal, naquele pedestal tão sacro e que parecia tão inalcansável daquele profano e inútil chão que se encontrava e não visualizava saída. A forma em que seu mentor e motivo de toda sua vida era elegante em tudo que fazia, o jeito pomposo e dedicado, tão impecável que os olhos destoantes não conseguiam parar de ver os sutis movimentos do outro e ficar praticamente sem ar, uma obra de arte renascentista. Coisas pequenas eram enormes em seu coração e era grato por tudo aquilo que vivia, em contraste se sentia imundo. As afirmações ácidas que Shu fazia não o afetavam por ele internamente realmente considerar que era tudo aquilo, lia tão bem o de fios rosados e cheio de aprumo que conseguia ler entre aquelas entrelinhas agressivas a forma de se defender, de cobrir traumas ou de demonstrar até mesmo um afeto. um afeto tão misero, mas que para o corvo acostumado a comer tão pouco, aquelas migalhas já eram o suficiente para sobreviver. Aquele desejo que era tão longe dos ideais contra o intintivo que seu oshi-san sempre reforçava, os desejos lascivos que tinha ao olhar desde os lábios rosados e que pareciam tão quentes pelo chá que passava da porcelana até escorrer por eles, a mão que tocava por seu corpo esguio ao fazer manutenções antes de shows para checar se o físico estava bem para abrir o digno museu que era o show da Valkyrie, até mesmo ouvir a voz orgulhosa e a risada tão emblemática as vezes o deixava a imaginar como seria ela em gemidos frágeis. Deve ser por isso que sempre era abandonado, era uma escória. Mas uma escória muito sortuda por estar ali, em uma cama quentinha, com uma familia, com um futuro.

      Mas o que deixava aquele peso agora tão forte? Estava cada vez mais difícil podar aqueles sentimentos que tanto floresciam. Tanto os românticos quanto o medo do abandono que o consumia e corroía internamente, estava entendendo aos poucos não estar mais preso em cordas de marionete, mas essa liberdade era assustadora. Não tinha mais uma corda o ligando as mãos do seu amado titereiro, poderiam se afastar a qualquer instante. Tinha sua própria vida com seu próprio objetivo mas seu maior sonho era passar tudo isso ao lado daquela presença que o deixava tão fascinado, precisa de Shu. Precisa. Não como um humano que precisava de ar, sabia disso, mas isso era amor. Sabia o quão mal interpretada era aquela barreira que o artista tinha, que entendia, sabia que por trás do frio excêntrico tinha alguém tão delicado quanto porcelana, queira cuidar. Queria beijar. Mas sabia o quão idiota era. Seu sotaque era irritante? Sua heterocromia era incomodante? Era impossível alguém como Itsuki Shu o amar naquela mesma intensidade. isso dói. Pensamentos eram mais barulhentos do que a chuva que dava seus estrondos e escorria pela janela. O peso no peito viravam soluços que foram reduzindo até regular com aquele único orvalho a escorrer para o travesseiro enquanto apertava com força o grande coelhinho zumbi. Fechava os olhos soltando um grunhido de sempre, tentando dormir naquela posição fetal.

      Seus pensamentos falavam tão alto que o mais alto que havia aberto a porta sutilmente precisou falar o nome de Mika mais alto para ele ouvir, "K-Kagehira!..." a voz imperativa saiu um pouco tremula, e ouvir fez o ele pular da cama sentando nela como se houvesse levado um choque, mas assim que viu os olhos purpura ali diretamente para os seus, soltou aquele sorriso que mostrava o dentinho saliente, mesmo com os olhos melancólicos, ao menos estava escuro, porque nunca conseguia guardar segredos, era um livro aberto para o líder da Valkyrie. Mal sabia o corvo que seus olhos ambár e lapis lazuli eram realmente preciosos e depois daquilo tudo que pensou, era impossivel não ver como aquelas joias pareciam mais brilhantes. Shu até mesmo ficou com as maçãs do seu rosto um pouco mais tingidas, pelo menos estava escuro e o pupilo não veria aquilo. Limpou a garganta timidamente e então soltou como uma ordem suave " Venha aqui..."
O que oshi-san iria querer naquela hora? Será que queria confirmar no computador o horário de alguma padaria para comprar croissaint? ao menos gostava de quando era útil "Uhum! hmn?"
Chegando perto do que achava tão bonito que nem parecia real, notou como os olhos penetrantes de sempre pareciam hesitantes. Shu segurou suavemente o braço do menor e foi dando passos para seu quarto, enquanto Mika processava o acontecimento estando feliz por conseguir mudar um pouco aquela tortura mental com a curiosidade instigada e alegria daquele toque dado pelos dedos finos, não podendo deixar de perguntar "Oshi-san... o que foi?"

"Tsic, ka...gehira... Venha." E assim que entraram naquele quarto tão vitoriano, o de fios rosados com camisola voltou a deitar em sua grande cama, travando um pouco puxando o cobertor e dando dois toques no colchão, convidando Mika a se aconchegar ali, ao seu lado.
"Eu não devo explicações, mas vou satisfazer sua curiosidade incontrolavel de sempre, para variar, você parece um felino... Eu tive um pesadelo. nada agradavel. enfim, venha...logo..."
Sentiu um aperto tão forte no coração e um sorriso que não conseguiu conter, só de ver aquelas palavras sairem daquela boca era emocionante, o afeto estava crescendo, e de migalha se tornava um pão que seu estomago ainda se acostumava a digerir, estavam crescendo, não só como humanos como sentimentalmente aquele sentimento intensificava, por parte de ambos. O medo era algo que infligia os dois idols, Shu pensava se era digno de valorizar agora aquele que havia estado do seu lado em seu pior estado por todo o comportamento que já teve antes, e o dois deixavam toda a angústia de lado sentindo enfim a presença do outro. O de heterocromia ajeitava seu moletom branco com desenho de ossos e então entrava na coberta tão quentinha e aveludada, impregnada pela fragrancia viciante. Estavam próximos. Sem conseguir conter a alegria curvas surgiam nos lábios de ambos que olhavam no fundo dos olhos do outro e confirmavam seus sentimentos que julgavam ser não reciprocos mesmo sendo tão concretos que poderiam ser tangiveis. A proximação foi ficando inevitável, até então os fios escuros e esverdeados serem acariciados pelo tão perfeccionista, que acariciava com tanto zelo e cuidado, fechando os olhos de leve e trazendo paz para o menor que se acolhia com o rosto no ombro e enleava Shu em um abraço tão doce que derretia ambos, que finalmente poderiam dormir com suas mente limpas, ao lado de quem mais amavam. Sussurrou

Bonne nuit
Será que Kagehira sentiu aquele beijo em sua testa? Espero que não...





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Fanfic feita para a ShuMika week, uma semana de arte dedicada a esse shipping #shmk2020

terça-feira, 14 de abril de 2020



Frio foi a primeira coisa que sentiu.
Mas naquele momento definições do aspecto externo eram nulas para sua mente focada
no instintivo. Tudo era turvo e apenas urgia em si a vontade mais primitiva da
humanidade. Viver.
Ao quebrar aquele vidro que o aprisionava, se via liberto do que era como um útero,
molhado por aquela água esverdeada que seria um líquido amniótico, era uma nova
vida, mas uma vida vazia. Oca e incompleta. Onde iria? Como iria? o que faria?
Assim como um robô, teve instalado em seu subconsciente o comando de seguir as
ordens dos Yggdmillennia, mas nem para isso servia.
Desperto e defeituoso não tinha um motivo para seguir ordens, e mesmo sem noções
sociais já se entendia como inferior.
Ali era uma área de risco, nem mesmo entendia bem porque, mas seu corpo franzino
ainda despertava no rígido chão cheio de cacos e se arrastava para fora daquele
laboratório, até que foi se erguendo e o arrastar se tornou passos cambaleantes.
Passando pela porta do ambiente escuro para um longo corredor e antes que conseguisse
se esconder, caiu no chão sentindo a dor do impacto, e ali estava cumprindo o destino
de todo humano artificial, estava estatelado no chão frio. Sem energia, agora era ser
encontrado para ter um uso para sua morte.

— Ei você! O que aconteceu?

Fora o estrondo do vidro a ruir, aquele foi o primeiro som que ouviu, e não existiu nada
mais agradável. A afável voz feminina e até tranquila para alguém que estava ver outro
no chão estava a se aproximar, e então fez uso das suas cordas vocais pela primeira vez
a ruir um

— Me ajuda...

— Okay! Posso te ajudar!

Tudo era ainda difícil de se processar, a mente assim como seus circuitos mágicos e
azulados estavam exigindo mais do que um corpo que acabou de entrar em contato com
oxigênio pela primeira vez aguentava. Nada era claro, nem mesmo sua visão, mas sentiu
a pressão no abdômen, seus braços bambos, mas principalmente aquela fragrância, o
tom rosa, sons externos. Encheu seus pulmões do ar que carregava aquele cheiro floral,
mas que ainda tinha uma essência...masculina? O ranger de uma porta, e enfim não
estava a enxergar mais o chão, mas o teto. Em suas costas agora era sentido o macio de
uma cama. Sua consciência ia e voltava, mas quando começou a ficar mais estável, só
soltou o que sua mente estava implorando para falar.

— Por que?... Por que me salvou? Quem é você?

O paladino não parecia levar nada a sério, tudo parecia uma grande brincadeira, mas por
trás daquela expressão meiga sabia que estava fazendo algo arriscado e ainda sim sem
arrependimentos, enquanto passava seus dedos esguios pelas ponta da longa trança rosa
olhava o albino a sua frente com um sorriso revigorante

— Você pediu ué~ então porque não? Você estava no chão e eu estava afim! Eu vou te
ajudar nessa. Não sou como os outros que ficam abaixando cabeça por conta de um selo
de comando. Sou Astolfo! Sou o rider desse lado da guerra.

— Você fala comigo como se eu fosse humano, como se eu fosse um ser vivo. Porque
isso?

— Se você pediu ajuda, você tem uma vontade. E isso te faz humano! O que torna
alguém humano?

— Eu não sei. eu... só não sei. nada. absolutamente nada.

Foi então que os olhos rubros finalmente encontraram os violetas com longos cílios. Ao
contrário de si, aquele ou aquela a sua frente era cheio de vida, via aquelas pernas
cruzadas com a cinta-liga apertando levemente a coxa que parecia tão macia, subindo o
olhar por toda a fisionomia até chegar ali nas janelas da alma tentando achar um
significado para si mesmo. Sem noção alguma de proximidade o servo dessa guerra
simplesmente se aproximou mais da cama e tocou em seu braço com uma expressão
incrivelmente doce com as sobrancelhas franzidas

— O que torna alguém vivo? sentir. Tooodos os seus sentidos! e o que torna alguém
humano é o pensar sobre seus sentidos, questionar. Só de você falar que não sabe,
mostra que você tem uma base de raciocino não tem? hum. Tente focar no que você está
sentindo ao seu redor primeiro. Entra em si mesmo! Você é um homúnculo muito
bonitinho, mas tenta ver além disso.

Mesmo que o servo falasse isso, era difícil compreender. Sentir. E foi isso que fez. A
maciez da cama e depois daquela mão sobre a sua depois de ter tirado as luvas brancas e
douradas, o cálido que a mão delicada do que parecia ser um guerreiro transmitia,
aquela mesma fragrância doce de quando foi carregado para aquela sala, ouvia passos
fortes no corredor e sua visão era a mais ativa ali, olhando a figura tão única e bonita do
seu salvador. Foi subindo, tateando o braço como um cego a conhecer alguém, era
torneado e pelo visto tinha músculos fortes mesmo que a primeiro olhar parecesse uma
menina tão delicada, Astolfo tinha uma androgenia digna de anjos em arte sacra. Se
sentia estranhamente cativado, com medo de ser encontrado, com tristeza por pensar nos
outros homunculus, com alegria de ser socorrido por tal figura tão encantadora, mas
então notou uma mudança na expressão do outro, um sorriso travesso floresceu ali junto
com o estreitar dos olhos cheios de fulgor. Agora entendendo o que ele quis dizer,
estava pensando esse tempo inteiro, não era só um depósito de mana destinado a morrer
sendo usado. Mas então o de fios rosados voltou a levantar a voz

— Tem uma maneira de te despertar mais. De sentir todos os seus sentidos. É um nível
de troca de mana, mas que até humanos fazem. Vamos lá!

Pela primeira vez viu a feição nula do albino mudou, mostrando uma dúvida ao ver o
paladino levantando da cadeira, subindo de joelhos na cama, passando uma das pernas
por seu corpo e subindo mais, sentindo a longa capa branca passar por seus pés. As
mãos do servo agora enquadravam o rosto ebúrneo e se aproximava aos poucos
enquanto o polegar passava pela pele tenra que era a bochecha do menor. Seu primeiro carinho. Tão gostoso de sentir que fechou um pouco os olhos escarlates. A respiração
colidia com a do que estava em cima e era até refrescante, se sentia humano, se sentia
protegido, e sentia a pressão aveludada sobre seus lábios. Aquelas pétalas rosinhas que
eram os lábios de Astolfo estava ali sobre os seus finos. Se manteve daquele jeito por
alguns segundos até sentir um abrir, o que estava acontecendo? Aquilo o deixava com o
peito a apertar, seu coração a bater um pouco mais forte, se sentia vivo. A linguinha
úmida do que estava acima pedia permissão para entrar em sua boca, contornando todo
o lábio o molhando até entrar na sua cavidade bucal e ali tocar em sua língua. ambos
pareciam se esquecer de respirar direito no processo e conforme sentia aquele enlear dos
músculos, sentia a respiração quente contra sua derme e os dedos que antes eram
cobertos pela luva, agora escorriam por seus fios cinzentos em uma sensação agradável,
o som molhado do beijo que ali acontecia e se intensificava parecia mais nítido, e as
línguas foram entrando mais na intimidade do outro, seu rosto ficava da cor de seus
olhos, os toques eram como fogo que alastrava e não hesitou em estender seus braços e
apertar aquelas coxas surpreendentemente torneadas mas ainda sim macias, subindo
pelo quadril, cintura e manteve sua mão no tórax, movendo um pouco ali e vendo ainda
mais que quem o beijava daquele jeito saboroso era um homem, isso não impedia
absolutamente nada e se estregava completamente, sentindo por fim seu lábio inferior
sendo sorvido e solto por aqueles que agora se curvavam em um sorriso tímido. Porque
estava sentindo o único tecido que cobria seu corpo ficar mais apertado? O menor se
questionava, mas aquilo não se aplicava só para o que estava embaixo como para o de
cima, que corou ao sentir o volume de seu membro pós um simples beijo, como se
aquele tivesse sido seu primeiro. Um início de um carinho, de um sentimento que ainda
seria muito regado por vivências. O cinzento havia o deixado excitado de uma forma
que nem com muito esforço sua mestra Celenike conseguia, e isso fez Astolfo sorrir
tanto que até aquele canino mais afiadinho apareceu. Queria mais.

- E agora? Se sente vivo?

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Essa fanfic foi uma commission para o ler em ASMR do canal GACHA HELL! SIM GENTE, ESTOU COMEÇANDO COM COMMISSIONS! ME CHAMA AE CASO TENHA INTERESSE, ou caso queira que eu continue essa~